Em estudo recente publicado na revista médica The Lancet, o pesquisador
Chi Pang Wen e seus colegas, do Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde
de Taiwan, acompanharam cerca de 420 mil pessoas durante 13 anos,
analisando seus históricos de saúde e os níveis de atividade física
realizados em cada ano.
Depois de considerar as diferenças de idade,
peso, sexo e uma série de outros indicadores ligados à saúde, eles
verificaram que aqueles que faziam apenas 15 minutos de exercícios
moderados por dia aumentavam a expectativa de vida em três anos,
comparados àqueles que permaneciam inativos. Esse trabalho veio
reafirmar diversos outros publicados anteriormente, por outros
pesquisadores.
Sabe-se que o envelhecimento é um processo
complexo e multidimensional, que envolve, entre outros, fatores
genéticos, comportamentais, ambientais, assim como doenças crônicas,
comuns a essa faixa etária. A somatória e a interação desses fatores
influenciam todas as mudanças que ocorrem no indivíduo à medida que o
tempo passa. Existem evidências muito bem documentadas na literatura de
que o controle medicamentoso das doenças crônicas, o aumento da
atividade física e uma nutrição adequada são os modos mais eficientes
para um envelhecimento saudável e longevidade.
O Fórum Federal
Americano sobre envelhecimento, que envolveu a Associação Americana de
Medicina Esportiva, o Instituto Nacional de Saúde Americano, e contou
ainda, com a colaboração de diversas Universidades renomadas, concluiu
que: inatividade física e dieta inadequada são as maiores causas do
aumento da incidência de obesidade nos EUA; 40% dos adultos acima de 60
anos estão na faixa de sobrepeso e 18% são considerados obesos; as cinco
doenças crônicas de maior incidência entre os adultos mais velhos
(doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, depressão e osteoartrose)
podem ser significativamente influenciadas pela atividade física e ou
nutrição; 14% das mortes nos EUA estão direta ou indiretamente
relacionadas à inatividade física e à dieta inadequada.
O
segredo parece estar na mudança do estilo de vida, e não em iniciar um
programa intenso de atividade física, que provavelmente vai ser
realizado por algum tempo e depois abandonado. Devemos primeiro
introduzir mais atividade física no dia a dia, como por exemplo, mais
uso de escada e menos elevador, mais caminhadas e menos uso de carro,
priorizar atividades de lazer em situações que promovam exercícios
físicos (caminhadas, jogos, passeios de bicicleta). Para a escolha de
uma atividade física regular, é fundamental que esta seja prazerosa, de
fácil acesso, e que promova regularidade, em vez de somente intensidade.